FALATÓRIOS
Ad Rem: Primeira Introdução à Gnômica ou MetaPsicologia do ConhecimentoResumo
Situação: Publicado pela NovaMente Editora, RJ, 2014.
Em AdRem: Primeira Introdução à Gnômica ou MetaPsicologia do Conhecimento, livro que transcreve seu Falatório de 2008, MD Magno expõe a Gnômica, que introduzira em 1991 para tratar do conhecimento na psicanálise. Conhecimento de qualquer ordem, não apenas aquele considerado ‘científico’: “Em última instância, tudo com que a gente lida é ou depende de conhecimento, no sentido mais genérico do termo”.
A proposição do autor é que, se outrora partiu-se do objeto para entender o conhecimento na relação do objeto com o sujeito (Descartes); se, depois, partiu-se do sujeito para pensar a relação de conhecimento na abordagem por esse sujeito com suas formações a priori em relação ao objeto (Kant); agora, ao século XXI, cabe partir do próprio conhecimento.
O que temos, então, é simplesmente transa – outro conceito importante da Nova Psicanálise – que resulta em conhecimento. À operação psicanalítica efetiva interessa colher uma resultante qualquer, uma formação resultante de transas acontecidas em lugares e tempos os mais diversos. Esta formação é o conhecimento que pode ali ser apresentado para ser tratado.
Ad Rem, em latim, significa: ‘às coisas’, ‘ir em direção às coisas’... As coisas são formações, são sintomatizadas, têm configurações que às vezes permanecem por longo tempo. Diz o autor, as coisas são conhecimento. A teoria da informação diria que são informação. Portanto, temos outra equivalência produzida pela Gnômica: informação = conhecimento. Trata-se, assim, para o autor, de ir às coisas, que são conhecimentos, na tentativa de fazer uma teoria MetaPsicológica, propriamente psicanalítica, do conhecimento.
O encaminhamento do livro é no sentido de entender a teoria do conhecimento produzida pela Nova Psicanálise – sua pertinência, sua necessidade e sua primordialidade –, pois esta teoria é responsável pela operação clínica: o modo de operar na clínica é conforme à teoria do conhecimento da psicanálise. Isto porque, na clínica, mexe-se em formações cognitivas, em formações de conhecimento. Daí que – e é este um ponto forte do livro – “a teoria do conhecimento é consentânea, se não for idêntica, à teoria da clínica”: ação cognitiva, ação de conhecimento, é o que se faz numa análise.
Sumário
1. 29 março, pág.11
Ad Rem: “ir às coisas” e sua conexão com a gnômica como teoria do conhecimento da psicanálise – Considerações sobre o percurso filosófico das noções de sujeito e objeto – Dispensar a noção de sujeito é produzir ferida narcísica – Postura gnômica: partir do próprio conhecimento como resultado de transa de formações – As coisas são conhecimento – As formações se apresentam polarizadas, com foco e franja – “Pensar é considerar a hiperdeterminação diante de todas as sobredeterminações”.
2. 12 abril, pág.25
Qualquer transa ou conhecimento sempre tem sentido sexual – Experiência de haver empresta conhecimento absoluto para cada um – Transa de formações é conhecimento relativo – Sentido do surracionalismo bachelardiano para a gnômica – Interesse psicanalítico do conhecimento é a cura – Trabalho do analista é a referência ao real.
3. 26 abril, pág.42
Características contemporâneas de entrada do Quarto Império – A teoria psicanalítica do conhecimento deve ser compatível com a clínica – Limites do raciocínio conjuntista (círculos de Euler) diante do esquema das formações (pólo, foco e franja) – Campo do conhecimento como rede unitária, homogênea, infinita e constituída de pólos – Tempo é consequência da duração das formações – Quarto Império inclui direito de subsistência das formações (e não direitos do homem).
4. 10 maio, pág.59
Conhecimento científico é um tipo de conhecimento – As epistemologias operam a partir de artefatos de exclusão – A psicanálise se produz para a clínica – Presença de revirão amplia conhecimento mediante enantiomorfia – Clínica é intervenção e modificação do mundo para movimentação do Inconsciente.
5. 16 agosto, pág.75
Formações são conhecimento anotado – Crítica à noção epistemológica de validade do conhecimento – “Pensar é exercer cura” – Consistência e inconsistência à luz da teoria polar do conhecimento – Consistência é intensidade de polarização – Esclarecimentos sobre gnose, linguagem e princípio antrópico.
6. 30 agosto, pág.94
Consentaneidade da teoria do conhecimento com a teoria da clínica – Crítica da gnômica às figuras da epistemologia: A ciência, O cientista – O que se dá na ordem do conhecimento é o que se dá na ordem da clínica – Pulsão de conhecimento das formações– Possibilidade de escapar da ilusão para reconhecer transa de formações.
7. 13 setembro, pág.100
Psicanálise é a ciência da Pessoa – Psicanálise e suas possibilidades de intervenção no Primário – Crítica à ideia de psicossomática – Graus de reificação e os poderes das formações – Próteses são articuladoras das pressões mórficas.
8. 27 setembro, pág.110
Novidade da gnômica em relação às outras teorias do conhecimento – Revirão e a possibilidade de o conhecimento indiferenciar sua base sintomática – Função da psicanálise é suspeição e suspensão dos conhecimentos – Referência gnóstica da nova psicanálise – Alucinação, paranoia e conhecimento.
9. 11 outubro, pág.121
Relação entre o raciocínio da polarização e o raciocínio da formação – Movimentos de polarização entre liberalismo e socialismo na crise de 2008 – Princípio da homogeneidade torna necessário o conceito de fundo – Impossibilidade de dualismos no regime da homogeneidade.
AdRem - Primeira Introdução à Gnômica ou Metapsicologia do Conhecimento
10. 25 outubro, pág.130
Ego na tópica freudiana, sujeito e objeto na tópica lacaniana, pessoa e hiperdeterminação na tópica da nova psicanálise – Hiperdeterminação produz deslizamento do signo linguageiro – Base lógica da teoria é Haver quer não-Haver.
11. 08 novembro, pág.136
Teoria do revirão gravitacional e o modelo físico-matemático do universo de Bojowald – Princípio antrópico assegura homologia entre o modelo plerômico do Haver e o modelo da mente proposto pela nova psicanálise – Na estrutura do Haver e na estrutura da mente o real é neutro e indiferente – Produção de próteses e transformação do Primário na ciência – S/s/G é modo de operação com códigos para transmitir conhecimento – Formação é conhecimento, mas não conhece – Os sintomas primários da língua – Hipótese da língua como máquina pensante, sem sujeito e objeto – Joyce, Beckett e Aboque/Abaque como tentativas de retirar os sintomas da língua.
12. 06 dezembro, pág.143
Considerações a respeito da diferença entre signo e signo linguageiro – Signo no regime do Secundário: S/s/G – Homogeneidade do Haver e necessidade de generalização do conceito de signo – Definição genérica de signo: uma formação que, diante de outras formações, desencadeia determinada co-moção – Estatuto do gnomo em S/s/G – Regime do conhecimento e regime do conhecer.
Voltar