SEMINÁRIOS

Arte & Fato

Resumo

A Nova Psicanálise: da Arte Total à Clínica Geral

Local: Faculdade de Educação da UERJ
Situação: Publicado pela NovaMente Editora, 2001

A reformatação da psicanálise que MD Magno vem promovendo desde a década de 1980, além de simplificar e unificar a teoria psicanalítica, também a situa em consonância com os recentes avanços do campo do conhecimento. Este Seminário é mais uma oportunidade de continuarmos acompanhando suas pesquisas e reflexões originais sobre o agir humano como Arte-e-Ofício(Artifício), e sobre a prática freudiana entendida como Clínica Geral que não se restringe às limitações do espaço dos consultórios.

O autor reapresenta uma introdução às bases de seu aparelho teórico-clínico, retomando temas como: o inconsciente e a linguagem; as estruturas do psiquismo e do Haver; a crítica ao significantge Falo; os Quatro Sexos; os Estilos ou patologia fundamental decorrentes da sexuação, e a Ética da aproximação da subjetividade.

Em interlocução com as construções matemáticas e filosóficas de Alain Badiou, o autor ressalta a contundência e a atualidade dos pontos fundamentais da Nova Psicanálise. O resultado é uma renovação do entendimento das questões da Lei, da política, da nosologia geral (neurose, psicose e morfose), e da Cura psicanalítica vista como aposta no vigor da Arte Total.

Sumário

1 – 20 Mar: L’inconscient est structuré comme on l’engage 
Questão psicanalítica no mundo contemporâneo – Exigência de revisão do estatuto do conhecimento – Nova Psicanálise: simplificação num único esquema – Artificialização é condição de Clínica Geral – Campo agonístico de sustentação de conhecimento.

2 – 27 Mar: Habeas Corpus
Contribuição da etologia para entendimento da constituição da espécie humana – Heterossomacomo extrapolação da constituição binária da espécie (autossoma etossoma) – Apresentação de outros conceitos etológicos – Consideração psicanalítica do problema da especificidade da espécie humana.

3 – 03 Abr: Aimée Sélamor
Importância de Marcel Duchamp para a Nova Psicanálise – Descrição do Étand donnés la chute d’eaux et le gaz d’éclairage – Construção de indiferenciação em Marcel Duchamp – Precedência da obra de Marcel Duchamp sobre Jacques Lacan – Estatuto do impossível em Freud e seu comparecimento em Marcel Duchamp.

4 – 10 Abr: Como uma onda no-nada (Como uma onda, no nada)
Necessidade de unificação do campo psicanalítico – Ampliação do conceito de pulsão – Construção do Pleroma: vetor desejante de impossível extinção; Haver deseja não-Haver; movimento de indiferenciação e Revirão do Haver; estatuto do Nada.

5 – 17 Abr: Kaosmos: verbum (o Pleroma Outravez)
Princípio de Catoptria no Pleroma ou Haver como processo de simetrização – Implosão e expansão do Haver como compatibilização entre psicanálise e cosmologia – Produção de diferença no Haver – Motu perpetuo do Haver.

6 – 24 Abr: Verbum: Kaosmos
Estados do Haver: Real, Simbólico e Imaginário – Função fálica do Haver – Gradientes da função fálica: gozo-fálico, gozo-do-outro e gozo-do-sentido – Lógica ternária do Haver e Princípio Antrópico.

7 – 08 Mai: Falo ou Kalo
Considerações topológicas da lógica ternária – Plano projetivo como superfície de indiferença absoluta – Extração da banda de Moebius a partir do plano projetivo – Binariedade ou bilateralidade a partir do corte sobre a banda de Moebius – Topologia do sujeito – Significante é a estruturalidade do Haver.

8 – 15 Mai: Virgo ou Virga
Exame da tese freudiana e lacaniana do Falo – Proposição do Revirão como estrutura mínima da espécie humana – Função de avessamento do significante: halo significante – Perguntas e repostas sobre pregnância etológica e funcionamento do Revirão na espécie.

9 – 22 Mai: Os quatro sexos do Haver
Apresentação da lógica da sexuação de Lacan e sua crítica – Função fálica: Haver desejo de não-Haver – Quatro sexos do Haver: masculino (gozo-fálico), feminino (gozo-do-outro), falanjo (gozo-do-sentido) e morte.

10 – 29 Mai: Falanjo ou Kalanjo 
Lugar terceiro do falanjo e gozo-do-sentido – Distinção entre ordem gnômica e sujeito – Para sujeito Lei é fundação de metáfora – Clínica Geral como consideração do impossível e do proibido.

11 – 12 Jun: Os estilos possíveis
Equivalência entre patologia e estilística fundamentais a partir dos quatro sexos – Apresentação da estilística: classicismo, barroco e maneiro – Consideração da anamorfose como elemento maneiro n’Os Embaixadores de Holbein – Comentário sobre quarto sexo em Reinhardt e Rothko.

12 – 19 Jun: Mais além do sim e do não
Questões sobre a estrutura do Pleroma – Níveis de exposição da subjetividade: enunciação, enunciado e denúncia – Hiperdeterminação é regime de determinação do sujeito da denúncia – Afirmação do desejo para além de sim e não.

13 – 26 Jun: Apo-ética do singular
Articulação entre sujeito da denúncia e formulação freudiana Wo Es war, soll Ich werden – Ética da psicanálise é referência a indiferenciação – Duplo vetor da ascese para o sujeito.

De zero a infinito, etc.

14 – 14 Ago: Não dopai (para que não sejais dopados)
Introdução ao problema da Lei a partir da noção de limite – Primeiro tempo lógico da castração: zero (axiomatização da Lei) – Segundo tempo lógico da castração: infinito (metaforização de zero) – Terceiro tempo lógico da castração: finitude provisória (sintoma) – Nome do Pai é limite infinito – Perguntas e respostas sobre limite.

15 – 21 Ago: Nosologia geral (introdução)
Patologia: inscrição dos quatro sexos na lógica da castração – Proposição de nosologia – Psicose: foraclusão do limite – Neurose: inclusão de limite – Morfose: reclusão do limite – Falanjo: eclosão de limite – Questões sobre perversidade.
 
16 – 04 Set: L’inconscient est structuré comme un lynchage
Relação da LEI com seus processos legais – Fundamento de enunciado legal é passagem de impossível a proibido – Estatuto perverso do enunciado legal – Indiferenciação é a política do analista.

17 – 11 Set: Foraclusão – 1 
Inscrição de limite para o sujeito – Não inscrição de limite (foraclusão) para o sujeito –Vertentes da psicose: paranóia e esquizofrenia.

18 – 18 Set: Foraclusão – 2
Investigação acerca do Recalque Originário – Relação da psicose com recalque originário – Dinâmica do retorno do recalcado na psicose – Comparecimento da massa sígnica e seus deslizamentos na psicose – Primazia da competência de reviramento na espécie humana.

19 – 24 Set: Poltergeist
Entendimento do fenômeno poltergeist na instituição psicanalítica – Duas maneiras de expulsão nas instituições psicanalíticas – Psicanálise como experiência política do mundo por vir.

20 – 02 Out: Reclusão – 1
Reclusão do limite produz legiferação – Dupla face da morfose: perversidade e fobia – Influências do sintoma morfótico na história do movimento psicanalítico.

21 – 09 Out: Reclusão – 2
Considerações sobre metáfora em psicanálise – Processo de metaforização na morfose – Distinção entre perversão e perversidade – Relações da morfose com o universal – Possibilidade de cura na morfose.

22 – 16 Out: Inclusão – 1
Neurose como redução do limite e sua cristalização – Estratégias contra emergência de sujeito: rivalidade obsessiva e destituição histérica.

23 – 23 Out: Inclusão – 2 
Operação analítica tem como referência ascese ao sujeito – Sintomas da nova neurose – Atuação das estratégias de rivalização e destituição na universidade e nas instituições psicanalíticas.

24 – 30 Out: Eclosão – 1 (Arte Total)
Eclosão do sujeito: suspensão das oposições e retorno com transformação – Cura como Arte Total – Função do operador psicanalítico é produzir eclosão do sujeito – Questões sobre o operador psicanalítico.

25 – 06 Nov: Eclosão – 2 (Clínica Geral)
Exame da formulação lacaniana da ética do bem dizer – Leitura do mito de Prometeu Acorrentadode Ésquilo – Ato prometéico como metáfora de Clínica Geral – Perversidade social a partir das figuras mitológicas de Prometeu e Zeus.

26 – 13 Nov: Da arte de forçar a barra
Percurso da análise: do indiscernível à decisão – Apresentação de poema de MD Magno.

Anexos: Sobre a psicose; As prosperidades da “inocência” ou o pop partiu pra pqp.



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