SEMINÁRIOS
Juízo FinalResumo
Local: Sede do CFRJ (Leblon)
Situação: Publicado em O Sexo dos Anjos: a Sexualidade Humana em Psicanálise, Aoutra Editora, RJ, 1988. Este volume inclui Maravalhas, ‘fragmentos de um fazer’, escritas em 1987.
Resumo
A psicanálise nos prepara para o final de era que vivemos. Freud nos preparou para o final dos tempos do cristianismo e Lacan nos deu as ferramentas do Juízo Final. Após apontar-se o aspecto decadente e deprê de nosso fin-de-siècle - na seqüência do que já fora colocado, por exemplo, na terceira seção do Seminário do semestre anterior sobre a psicanálise ser um monoteísmo ateísta -, afirma-se que ela é uma Arreligião. Ou seja, não deixa de estabelecer laço social e de ter referência externa tanto do ponto de vista do Sujeito quanto da Outra vida, mas sabendo que isso é para lá, no não-Haver, i.e.: Revirão para Outro mesmo mundo.
Retoma-se a noção de Inconsciente em função da hipótese de o Revirão estar presente tanto no falante quanto no Haver. Assim, ao mesmo tempo que o Inconsciente é a totalidade do Haver, é muito mais do que o Haver propõe nesse momento, sendo essencialmente apenas uma maquininha de virar pelo avesso. Sua estrutura é ternária, mas há que ser traduzida em binariedade para poder surgir no nível do Pcs. e do Cs. Donde, a dificuldade de acesso direto a ele. A partir daí, serão abordadas, entre outras, questões relativas ao Sujeito, à Criação, ao Artifício, ao Recalque Originário, à Psicose, ao Signo e à Paideia da Psicanálise.
Em seguida, consideram-se os Princípios que Freud nomeou para a psicanálise, mostrando-se que, tanto em Freud como no Pleroma, eles se reduzem a um só, o Princípio do Prazer. Tratando especificamente do Princípio de Constância, que, na teoria, fica bastante deslocado dos outros, o "campo pleno do Haver" será considerado em referência a raciocínios da física atual. Retoma-se a idéia de Chi, o Vazio, retirada do pensamento oriental, tanto para falar das plicas que este faz diante de seu Outro, que é o não-Haver, quanto para introduzi-lo como constante, como o Terceiro de todo o campo do Haver. E é no Campo do Sentido, onde tudo é aparentemente binário, que surge o falante com a ordem ternária re-inscrita. Por isso, o falante é reflexivo sobre o Universo; por isso, surgem a consciência e a linguagem; e por isso ele tem possibilidade de referir-se internamente ao Terceiro e de fazer Revirão.
A última seção do Seminário trata do Amor e o define como "fazer sentido". Coloca-se, então, a pergunta: como fazer amor? Partindo da constatação de que todo amor é narcísico, consideram-se as possíveis respostas: com tesão; com paixão; com sublimação; e com transferência. Em seguida, em conformidade com o que Lacan diz da sublimação - "elevar o objeto à dignidade da Coisa" -, apresentam-se duas vertentes. Na primeira, fazer amor é: encarnar a Coisa na efemeridade do objeto. Na segunda - confiar a Coisa ao cuidado eterno de outro sujeito -, temos duas modalidades: uma, o amor do Pai; outra (a excelsa modalidade), amar com - amor de pleno risco, mas precisando de reciprocidade absoluta, sendo, portanto, indissolúvel.
Potiguara Mendes Silveira Junior
Sumário
1 – 17 Ago: Delenda Melancholia
“Lacan é pensador terminal” – Psicanálise: nem teísmo, nem ateísmo – Virulência da psicanálise contra imunidade simbólica.
2 – 27 Ago: O peri-gozo
Revirão como máquina de neutralização – Revisão da tese da não-marcação originária – Sujeito se funda no processo de indiferenciação – Reconsideração do Recalque Originário freudiano – Proposição de uma Paidéia da Psicanálise – Reavaliação da tese lacaniana da psicose – Reconsideração da tópica freudiana a partir da estrutura ternária do Revirão.
3 – 24 Nov: É o que não pode ser que não (hdonh: Nada além do Princípio do Prazer)
Questão do Prazer no pensamento freudiano – Unificação dos princípios sob o Princípio do Prazer – Relação entre os sistemas inconsciente, consciente, pré-consciente e percepção – Inscrição dos sistemas no Revirão – Falante: consciência de consciência – Discussão sobre o que é estruturante no Haver.
4 – 22 Out: K: No princípio era o fim
Considerações sobre o Princípio de Constância no Haver – Aproximação entre constância libidinal do Haver e conceito de Vazio na física e no pensamento oriental (Chi) – Proposição doChi como constante do Haver – Comparação entre Esquema da triangulação do Sujeito e esquema do holograma – Terceiro Sexo permanece em Chi referência constante para o falante – Tese do desejo de simetria do Haver e suas implicações clínicas.
5 – 19 Nov: To Sir with love
Considerações sobre o amor (sublimação, transferência, narcisismo, dom).
Maravalhas de MDMagno
Todestrieb – Auto-análise – Impotência histérica – Pulsão – Repetição – R, S, I, ou melhor, F, , A – Haver – Sujeito – Real – Função fálica – Morte (I) – Realidade psíquica – Ação moral – Instituições psicanalíticas – Morte (II) – Castração – ICS e linguagem – A Filosofia do Sim – Nome do Pai – Psicanálise e religião – Revirão (citações) – Falanjo (I) – Verbalização do nome próprio – Universo holográfico – Ego (Moi, das Ich) – E a nave vai – A cruz do Cristo – Falta original – Religião – Haver ¹ Ser ¹ Estar – Kaosmos – Amoris – Hetero-lógica – Transmissão – Foraclusão – Não lanceis férulas aos porcos – Esquema Delta – Em questa de uma civilização pós-cristã – Os Sexos do Haver – O Outro-sexo do Falanjo – Repetição e Maisalém – Ã e Psicose – Ã e Perversidade – Lacan: uma teima da psicanálise – Falanjo (II) – De Hilflosigkeit a Gelassenheit – O que fazer com o sexo? – Economia – Teoria das exceções – Quando eu era lacaniano.
Bibliografia (parcial) para o Pleroma de MDMagno
Voltar